domingo, 12 de junho de 2011

TERCEIRA MATÉRIA - Literatura: "A Pirâmide Vermelha", de Rick Riordan

De original não tem nada. É entediante 50% das vezes; é interessante 50% das vezes. E o produto final deixa muito a desejar. Ah! E como literatura deixa muito a desejar...

"A Pirâmide Vermelha" é o primeiro livro da série "As Crônicas dos Kane". Rick Riordan, o autor do livro, está, atualmente, em alta. Desde 2010 seus livros estão nas listas dos livros mais vendidos no Brasil, devido a adaptação para o cinema do primeiro livro de "Percy Jackson e Os Olimpianos". Riordan tornou-se uma verdadeira máquina de fazer livros. Lançou "A Pirâmidade Vermelha" e em pouquíssimo tempo "Os Heróis do Olimpo". Se não bastasse, daqui a alguns meses será lançado a continuação de "A Pirâmida Vermelha". Será que quantidade quer dizer qualidade? Com certeza não. E a resposta está em "A Pirâmide Vermelha", um livro limitado ao extremo. Limitado em sua narrativa fraca, em seus diálogos fracos e desinteressantes, e em sua narrativa maçante.

Antes de mais nada: não entrarei em detalhes nos acontecimentos da estória.


O livro é sobre dois irmãos: Carter e Sadie. O primeiro vive viajando com o pai, pois este é egiptólogo. Já Sadie, irmã de Carter, vive com seus avós maternos. Se você que está lendo esta resenha quiser saber o porquê de eles não viverem juntos leia o livro pois não estou com paciência de explicar, apesar de não recomendar essa leitura chata que é o livro "A Pirâmide Vermelha". Mas se quiser realmente saber mais detalhadamente leia-o.


Se o livro é ruim? Não. Se o livro é bom? Também não. Na verdade, não fede nem cheira. A narrativa é limitada ao extremo, sua escrita é ruim, péssima. Rick Riordan, que nunca escreveu lá essas coisas, afunda de vez aqui. A narrativa é maçante - não há necessidade de 445 páginas para uma estória tão simples; se fosse um livro menor não seria tão chato. Pois é isso que "A Pirâmide Vermelha" é: chato, entediante, um verdadeiro elástico. Espera aí: elástico? Como assim? Vou explicar. O livro começa de uma forma razoável, fica interessante, começa a esfriar e não volta a esquentar por um bom tempo. Depois fica interessante; em seguida, tedioso. Interessante e tedioso: palavras que marcam essa estória. Para começar que o livro é narrado em primeira pessoa, ou melhor, pessoas. A cada dois capítulos, Sadie e Carter, se revezam para contar a estória. Isso é uma má decisão. Por que? Pois não nos familiarizamos com nenhum dos dois. Não nos simpatizamos com nenhum dos dois (bom, EU não me simpatizei com nenhum dos dois). Quando nos acostumamos com Carter, por exemplo, vem a parte narrada por Sadie, e quando nos acostumamos com ela, vem Carter de novo. Isso é terrível! Se o autor quisesse mostrar a perspectiva DOS DOIS a melhor decisão seria uma narrativa em 3ª pessoa.


Outro ponto negativo são os diálogos. A última vez que li um livro com diálogos tão medíocres foram os da Saga Crepúsculo, mas nesse livro isso se supera. Os diálogos são chatos, pobres, mal construídos. Sem falar das piadinhas e comentários imbécis dos narradores, especialmente de Sadie, uma verdadeira pamonha, chata e irritante. Tem trechos do livro que são tão imbécis e retardados que a vontade que tiver foi de cuspir no personagem. Aí vai um trecho super imbécil: "ketchup do mal". Não lembro quem o escreveu, mas sinceramente... Com certeza esse não foi o mais absurdo, mas é o único do qual me lembro.


Mas o livro não é tão ruim assim. A Mitologia Egipcia, apesar de ter sido desenvolvida de forma mais fraca que "Percy Jackson" (com sua Mitologia Grega), consegue despertar interesse. Certos personagens como Set e Amós são bem desenvolvidos, uma pena que os deuses Hórus e Ísis sejam tratados e desenvolvidos de uma forma tão porca. As explicões para alguns eventos chegam a beirar o rídiculo e em momento algum convencem. Na verdade, as partes interessantes e legais que existem nesse livro são os mesmos que em "Percy Jackson", ou seja, de original esse livro não tem nada.
 

O livro diverte e te ensina pelo menos o básico do básico da Mitologia Egipcia. Se vou ler os outros livros a serem lançados? Com certeza! E espero que minha próxima crítica seja para elogiar.